sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Saudade


Os dias e horas, os minutos e até mesmo os segundos se passam, de uma certa forma estão meio lentos por todo o vazio que se encontra dentro nós. Vazio da saudade da nossa Princesa, nossa Pequena Guerreira. Como a amamos e como estamos sofrendo com a sua ausência.
Hoje ela estaria completando 5 meses de vida. Lembro-me com muito carinho de cada gesto dela, cada olhar, cada lágrima, quando ela ficava brava porque queria colo ai eu falava pra ela: "Mamãe não gosta de moça bravona" e começava a brincar com ela até ela se acalmar e dormir. Como podemos um dia preencher o vazio que ela deixou dentro de nós? Como podemos continuar sem ela? O nosso grande Amor. Quando ela me olhava eu dizia pra ela: "Mamãe quer levar você pra tomar sorvete, passear de carro, tomar banho na piscina com seu irmão".
Nós tínhamos tantas coisas para fazer juntas filha...
A vida não é mais a mesma sem Maria Antônia. A dor da saudade se mistura com um sentimento de revolta, por termos lutado tanto, fizemos tudo que estava ao nosso alcançe e a perdemos. Foram tantos médicos, enfermeiros e técnicos envolvidos. Uma dedicação plena de todos e não conseguimos. A maldita cardiopatia nos derrotou e levou nossa princesa.
Algumas pessoas amigas nos falavam: Vocês são pessoas abençoadas por Deus. Deus não lhes daria um filho assim, se vocês não fossem capazes de lutar por ela. Tenham fé, e esperem no Senhor e tudo vai ficar bem.
Hoje nos falam: Vocês são pessoas abençoadas por Deus. Foi melhor assim, Deus sabe o que faz. Certamente existe um grande propósito de Deus para as suas vidas. Por mais difícil de seja, Deus não faria isso com alguém que não pudesse suportar, que não tivesse o equilíbrio necessário para lidar com essa situação.
O que fazer agora? Como conviver com essa dor, essa saudade?. Acho que não há respostas porque não há a coisa certa a ser feita. Tenho visto associações de pais que se reúnem para falar dos filhos que perderam. Minha Avó aos 85 anos ainda chora ao falar do seu primeiro filho que faleceu ainda criança. Muitos jamais se recuperam de tamanha ferida, é como uma ferida que não sara.
Que nos ajude a sarar esta ferida.

Baseado em um depoimento de Maria Pereira.
Escrito por: Ed Britto

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